Eleições em Angola

EDNALDO GONÇALVES, EM:
FALAR POLÍTICA

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2008,COMPARAÇÃO COM AS DE 1992 E ANALIZE POLITICO-ELEITORAL

Neste número de: falar politica, falarei das eleições legislativas de cinco e seis de Setembro de 2008, e o seu processo eleitoral, comparando-as com as de 1992 e a terminar falarei da campanha eleitoral que foi um fracasso.


MPLA. Movimento Popular de Libertação de Angola.
O partido vencedor. Uma formação partidária forte e firme liderada pelo Eng.º José Eduardo dos Santos.
Este partido que em 1992 obteve:53,74% dos votos e elegeu um numero de 129 deputados à Assembleia Nacional; este ano deu uma tareia eleitoral e mostrou que é um partido de peito largo e voz grossa, isto é, partido de machos, tendo um total de 81,64% dos votos e elegeu 191 deputados à Assembleia Nacional. Elevando os números de forma milagrosa, em relação aos de 1992.
No meu ponto de vista o MPLA venceu e venceu bem, foi o partido que nos últimos cinco anos realizou mais campanhas e expandiu a sua marca em todos os municípios e bairros desta imensa Angola, com os famosos CAP,s (comité de acção do partido), inúmeras maratonas, concursos juvenis (sábado académico), distribuição de bens de primeira necessidade, fertilizantes, sementes e matérias agrícolas às populações mas vulneráveis do interior do País e aos camponeses e na campanha eleitoral que decorreu no pretérito mês de Agosto, o partido teve um sensacional slogan ``trabalhar para vencer” que convenceu o eleitorado.
Quanto as províncias de Cabinda, Lunda norte e Lunda sul onde obteve a minoria dos votos, nestas províncias a uma grande contestação do modo de governação;
porque a população não usufrui de forma saudável os seus recursos naturais e também por razões socio-política e económicas no caso da província de Cabinda.


UNITA. União Nacional Para Independência Total de Angola.
Obteve o segundo(2º) lugar.
Um partido atabalhoado, liderado por: Isaías Samacuva. O caso da Unita que em 1992 obteve 34,10% dos votos e um total de setenta deputados à Assembleia Nacional, este ano obteve 10,39% dos votos e um total de 16 deputados à assembleia nacional. Números muito baixos em relação as eleições de 1992.
A UNITA do doutor e poliglota: Jonas Savimbe, foi uma UNITA igual ao MPLA, de peito largo e voz grossa, está Unita de hoje é de si coçar ou então uma sombra se mesmo. Este partido não fez campanha nestes últimos anos para apagar a má imagem que tem, uma imagem cravada no coração e na mente dos angolanos que Unita significa: terror, antipatia, nazismo, demónios e tudo que é satânico.
No seu espaço de antena na TPA e na RNA em vez de apresentar planos de relevância sócio-económica, criticou de modo desnecessário o sistema de governação do MPLA e não apresentou um plano eleitoral com alicerces firmes. E com slogan pouco pensado “ Unita é a mudança” entraram na cova e consequentemente o MPLA já não tem uma oposição com peso de oposição.
“ Se a Unita fracassar não terá partido que fará oposição ao MPLA”
Jonas Savimbe


PRS. Partido de Renovação Social.
O partido das Lundas. Liderado por Eduardo Kuangana.
Este partido que em 1992,obteve 2,27% dos votos e elegeu um numero de seis (6), deputados à Assembleia Nacional. Este ano obteve 3,17% dos votos e um número de oito (8) deputados à Assembleia Nacional, subiu um grão e aumentou dois deputados.
Nos círculos províncias das Lundas sul e norte fez frente ao MPLA com 41,74% e 23,94% dos votos respectivamente.
Este partido é uma das formações partidárias que no período de 1992 a 2007 esqueceu o eleitor e a população. É um partido dividido e com voz de rapariga, obteve o 3º lugar em 1992 e teve a mesma sorte este ano.


ND. Nova Democracia-união eleitoral.
Esta é a coligação de partidos políticos revelação ou a mascote destas eleições legislativas,é formada por seis partidinhos, denominadamente:MPDA, PSIA, UND,PSL,
UAPDD e ANIA; foi fundada em 2006 e tem como presidente o Sr. Quintino de Moreira.
A coligação da laranja como é conhecida, fez uma campanha eleitoral não muito virada a critica e mais ligada ao amor, a união do povo e a democratização real não utópica do país. E com o slogan “Emprego e pão para todos”conseguiu conquistar o coração de muitos eleitores e obteve setenta e sete mil e cento e quarenta e um votos (77.141), que são 1,20% dos votos e elegeu um total de dois deputados à Assembleia Nacional. É a quarta mais votada e fez a sua estreia nestas eleições.
Aparentemente para muitos analistas, seria um dos participantes mais fracos à estás eleições legislativas.


FNLA. Frente Nacional de Libertação de Angola.
Um partido histórico, que não consegue justificar o estatuto que teve no acordo de Alvor em Janeiro de 1975.
Está FNLA, liderada por Ngola Kabango, em 1992 obteve o 5º lugar com 2,27% dos votos e um número de cinco deputados à Assembleia Nacional.
Este ano obteve o mesmo 5º lugar com 1,11% dos votos e elegeu três deputados à Assembleia Nacional. O partido vive uma crise interna, ou então, está fraccionado, tem ala de Ngola Kabango e a de Lucas ngonda.
Este é um dos grandes motivos que deixou está formação no lugar onde se encontra porque se as duas fracções unificassem o partido antes do pleito eleitoral no meu ponto de vista o partido estaria no máximo entre os três primeiros, não só pelo legado histórico que tem mas porque é um dos mas conhecidos pelos eleitores.
Quanto a sua campanha eleitoral deixou muito a desejar. E com os números que obteve não conseguiu honrar o herói nacional (HOLDEN ROBERTO).
Espero que alcancem a reconciliação e superem estes números, em 2012.


PDP-ANA. Partido Democrático para o Progresso Nacional de Aliança Nacional Angolana.
Partido fundado pelo malogrado Eng.º e docente universitário Nfulupinga Alando Victor. Que agora tem como presidente o Sr. Sindiangane Mbimbe.
Em 1992,este partido obteve 0,27% dos votos, elegeu um deputado à Assembleia Nacional e foi o 9º partido mais votado. Este ano mesmo obtendo 0,51% dos votos e sendo o 6º mais votado não conseguiu eleger nenhum deputado à Assembleia Nacional, infelizmente não conseguiram honrar o malogrado Eng.º Nfulupinga, que foi a atracão da campanha eleitoral.
E Com o slogan “A paz sem democracia é uma grande fantasia” não conseguiram criar um manifesto eleitoral saudável, criticavam demasiado o modo de governação do MPLA e recordavam de forma desnecessário o seu líder-fundador; mostraram que não têm maturidade politica para governarem esta rica nação.


PLD. Partido Liberal Democrático.
É um grande partido o único liderado por uma senhora em Angola.
O Partido que tem como presidente a Sr.ª Analia de Vitoria Pereira. Em 1992 obteve 2,39% dos votos, elegeu três deputados à Assembleia Nacional e foi o 4º mais votado. Este ano obteve 0.33% dos votos, não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional e é o 7º mais votado.
Fez uma campanha eleitoral muito abaixo da media e não conseguiu timbra no coração dos eleitores a sua força e vontade de governar o país, perdeu o 4º lugar para a Nova Democracia e encontra-se numa situação caótica ou nos picos.
Só resta dizer a “Mamã coragem”como é carinhosamente chamada, força e prepare-se para 2012.


AD. Angola Democrática-coligação.
A coligação da flor “rosa”
Esta coligação de partidos políticos que em 1992 obteve 0,86% dos votos e elegeu um deputado à Assembleia Nacional. Também está numa situação não muito boa, a par do: PRD, PAJOCA, PDP-ANA e PLD (os gigantes com peso de formiga).
A AD, teve uma campanha eleitoral pouco notória em relação a de 1992,não cobriu a 100%, o seu espaço de antena na TPA e não teve material de propaganda espalhado por está Angola a dentro; na sua frouxa campanha falou do amor religioso e cativou a nova geração de eleitores a votar para eles nas próximas legislativas, não tendo tempo para mostrar um plano que convence-se o eleitor.
Alguns dos seus sloganos: Paz, fraternidade e democracia. --Uma nova ordem democrática para Angola.
Acima de tudo é uma coligação antiga, popular e cheia de barbas.



PADEPA. Partido de Apoio Democrático e Progresso de Angola.
O partido que na ultima da hora entrou em águas.
Formação político-partidária, formada e fundada por: Carlos Leitão, membro agora expulso do partido. Neste momento tem como presidente o Sr. Silva Cardoso “ o homem das carabinas”.
É a primeira vez que participa as eleições legislativas e obteve 0,27% dos votos e não teve direito a nenhum acento na Assembleia Nacional.
O PADEPA tem um historial cheio de honra e glória. Qual é o morador do município do Rangel, especificamente do bairro precol que não conhece o PADEPA?
Este partido movimentou massas e abriu a visão mental ou sócio-política de muitos jovens do município do Rangel e não só; este PADEPA afrontava o sistema governamental do MPLA; e se por acaso não houvesse instabilidade interna; tenho a certeza absoluta que estaria entre os quatro mais votados nestas legislativas.
Teve uma campanha (eleitoral), muito mais fraca em relação aquelas que eram realizadas nos tempos de Carlos Leitão. O Sr. Silva Cardoso não apresentou um projecto ambicioso ou um plano de governação a rigor para governar está Angola.
E com o slogan : “Varrer para a mudança” foram ofuscados pelo lixo e a poeira que eles mesmos varreram (o leitão ).


FpD. Frente Para a Democracia.
O partido da “Mulemba” ladeada por um branco de desgraça e o verde de esperança desesperada.
Um partido aparentemente estável que só deu o ar da sua graça na campanha eleitoral.
Tal como o PADEPA, ND, PPE e o FOFAC, a FpD participa pela primeira vez nas eleições legislativas, visto que em 1992 não participou.
Nestas legislativas obteve 0,26% dos votos e consequentemente não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional e é o decimo(10º) mais votado.
No que concerne a sua campanha eleitoral: foi pouco pensada; procuraram mais atacar e mostrar as vergonhas do MPLA do que mostrar os alicerces para a sua possível governação no quadriénio 2008-2012;usaram a face e a argumentação de Mário Pinto de Andrade para influenciarem os eleitores a não votarem no MPLA o que meteu o partido no fundo do poço visto que não ajudou em nada, e por falta de implementação das suas estruturas no interior do País e também de uma propaganda mais abrangente ficou quase sempre ao fundo nos círculos províncias tendo o maior numero de votos na província de Luanda onde obteve o 7º lugar com 10.187 votos e Cabinda com 759 votos no resto das províncias ficou sempre entre os últimos.
A FpD mostrava-se como uma força organizada e seria para governar o país, infelizmente por motivos já citados não conseguiu estar onde os grandes analistas político pensavam que estaria.
Desejo-vos sorte e maior organização para 2012.


PAJOCA. Partido da Aliança Juventude Operário Camponesa de Angola.
O PAJOCA é como uma sopa com bastante sal e água (uma zoada).
Já não é partido popular como os seus lideres a denominam, agora é partido impopular, porque perdeu a popularidade que nunca teve.
Está formação político-partidária em 1992 obteve 0,35% dos votos e elegeu um deputado à Assembleia Nacional e foi o 8º partido mais votado. Este ano obteve 0,24% dos votos, não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional e é o 11º nas contas finais o que representa uma grande vergonha para um partido que se diz ser popular (foi descartado).
A sua campanha eleitoral foi uma lastima (muita critica ao modo de governação da 1º e da 2º REPÚBLICA),como os outros não teve material de propaganda a altura, as passeatas contaram-se aos dedos, não apostou na divulgação do seu plano de governação (porque não vi nos seus panfletos espalhados por esta Luanda) e não falaram de forma eloquente nos seus espaços de antena na RNA e na TPA.
Só me resta dizer trabalhem olhando o ano 2012.


PRD. Partido Renovador Democrático.
O partido da união dispersa, de luís dos retrocessos, que este ano está no fundo do poço.
Formação partidária liderada por Luís dos Passos.
Este partido que nas primeiras eleições legislativas obteve 0,82% dos votos, elegeu um deputado à Assembleia Nacional e foi o 6º partido mais votado. Este ano obteve 0,22% dos votos, não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional e é o 12º partido mais votado.
Teve uma campanha eleitoral muito fraca, não espalhou o seu plano de governação por esta Angola a dentro, teve material de propaganda em baixa quantidade e na RNA e TPA falou muito e não disse nada.
E com o seu slogan de exumação dos ideias da independência nacional “Por uma Angola para todos, renovemos os ideias da independência nacional”obteve uma percentagem de votos muito baixa e agora está na dibinza.

ANALIZE HISTORICA:O PRD, é um partido que saiu do seio do MPLA; como tenho dito é uma costela do comandante e Marxista-Leninista: Nito Alves.
Foi formado por uma boa parte daqueles que em 1976-77 fraccionaram o MPLA(Marxista-Leninista),com Nito Alves e José Van-dúnem como cabeças.


PPE. Plataforma Politica Eleitoral.
Está é a coligação de partidos do empurra empurra, os sem saúde política.
É a primeira vez que participa nas eleições legislativas e foi uma estreia das piores, desanimadora e sem astúcia politica.
Está fraca e desorientada PPE, obteve 0,19% dos votos, não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional e ficou em penúltimo lugar ou então é o 13º partido mais votado.
Acerca desta coligação de partidos políticos tenho pouco a dizer porque não acompanhei a sua campanha eleitoral de forma directa. Resta apenas dizer aos seus lideres força, coragem e trabalhem ambiciosamente para 2012.





FOFAC. Fórum Fraternal Angolano Coligação.
A coligação de partidos que no meu ponto de vista participou nestas eleições legislativas por emoção.
A par da: ND, PADEPA, FpD e PPE.O FOFAC participa pela primeira vez nas eleições legislativas e é uma das vergonhas deste pleito eleitoral.
Desta coligação não se esperava outro lugar se não o ultimo ou do 14º partido mais ou menos votado destas eleições com 0,17% dos votos e não elegeu nenhum deputado à Assembleia Nacional.
A sua campanha eleitoral na TPA foi uma grande vergonha (vídeos gravados em péssimos estúdios e mal gravados),falta de retórica, oratória e dialéctica dos seus apresentadores inclusivo o seu presidente; mostrando que não tem bagagem tiorico-política para governar este País que amamos.
Por outro lado não vi nenhuma propaganda eleitoral desta coligação nas ruas de Luanda (apenas o seu símbolo em panfletos), não produziu material de propaganda eleitoral suficiente.
Mas é uma coligação a contar para as próximas legislativas.




Os partidos políticos da oposição, reclamavam por eleições pensando que participar nelas fosse como beber água e que teriam um bom numero de votos mesmo não fazendo uma boa campanha eleitoral.
Prova disto foi a vergonha que aconteceu nestas eleições onde os partidos recem formados e os que já tiveram acento no parlamento, estavam em greve de propaganda; alguns até a dormirem a sombra da bananeira.
Os partidos, na minha óptica quando o presidente da República tivera anunciado as eleições legislativas para o ano 2008 deviam reorganizar de forma radical as suas estruturas físicas e administrativas.
Em 1992,houve mais competitividade, as propagandas foram mais abrangentes, houve comícios de massas, material de propaganda dos partidos em abundância, enfim, o clima esteve a 100 ºC .
Este ano tivemos uma campanha eleitoral um pouco quanto relaxada, burra, seca e fria (não foi notória), os partidos produziram material de propaganda em numero muito reduzido, só o MPLA realizou comícios de massas, foi uma vergonha para os partidos que auto denominam-se como oposição.
Eu só de opinião que os nove partidos que tiveram minoria absoluta dos votos e que consequentemente não elegeram deputados à Assembleia Nacional e os mais de cinquenta que não concorreram nestas eleições, que formem uma coligação ou então unem cada um deles a um dos cinco partidos da oposição com acento no parlamento (como os POC’s uniu-se ao MPLA ,o PRN ao PADEPA e o PAI a UNITA), assim teremos uma oposição reduzida mas com força, peso e voz de oposição; será melhor temos cinco concorrentes ás eleições, duque, temos catorze e a maioria ser humilhada e extinta; como estabelece a linha i do nº 4, do artigo 33º da lei nº 2/05 (lei dos partidos políticos).
Os fracos e os fracassados devem juntar-se aos fortes ou formarem coligações, só assim Angola terá saúde sócio-política, político-jurídica e político-partidária.




VERDADES
Os blocos de hoje alicerçam o amanhã
não investem na educação porque vão apanha
tiros e bofetada verbal
o governo Angolano é canibal

De Nito Alves a Miala
quem fala a bala lhe cala
por isso Angola continua encalhada
e bloqueada como o vírus do sida
nem com políticas ante retroviras
a Pátria será restabelecida

A juventude é o socorro desta terra
o teu voto abrirá uma nova era
tire das vistas a poeira
o teu voto é o balançar d’uma peneira


SABIAS QUE:
-As primeiras eleições em Angola seriam realizadas na década de 70; só não foram realizadas porque o MPLA desfez o governo de transição criado no acordo de Alvor.
-As primeiras eleições em Angola decorreram de 29 à 30 de Setembro de 1992.
-Que o povo Angolano exerce o poder político através do voto(Artigo 3º L.C).
-Que as eleições legislativas servem para eleger os deputados à Assembleia Nacional, o partido que governará o País e de forma indirecta o novo governo.


FONTES:
Dados de 1992 (Telejornal na TPA, emissão de 16 de Setembro de 2008).
Dados de 2008 (Jornal de Angola, edição de 17 de Setembro de 2008)


Argumentação e poesia:
Ednaldo da Ressurreição Domingos Gonçalves.
-Técnico médio de: ciências económicas e jurídicas(PUNIV)
e estudante do curso Médio Técnico de Direito , na ETESAL(Alpega)


Escrito em Setembro de 2008.

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